Conheça Os Principais Eventos Mundiais De Breaking
Na última matéria para o STREETOPIA falamos dos primórdios do Breaking no Bronx, das festas do DJ jamaicano Kool Herc nos subúrbios nova-iorquinos no final dos anos 60, que agitavam os meninos (B-Boys) e as meninas (B-Girls), que quebravam tudo nas rodas. Na verdade, falamos de dias que jamais voltarão! Contamos a história de uma cultura que nunca foi moda, mas sim uma arte legítima, atravessando gerações. Passada a efervescência, no final da década de 70, a Cultura Hip-Hop ganha o mundo conquistando adeptos em todos os cantos do planeta. Surgem as primeiras crews, grupos de dançarinos que praticavam o Breaking no início dos anos 80, ganhando notoriedade mundial, principalmente por meio dos filmes “Flashdance” e “Beat Street”.
Meio século depois do início do movimento, muitas coisas mudaram e se profissionalizaram em todo o mundo. Em 2018, o Breaking chamou a atenção do Comitê Olímpico Internacional (COI), nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Buenos Aires. O sucesso da competição foi tão grande que seduziu o COI, que encarregou a WDSF (World Dance Sport Federation) de formalizar e estruturar a dança como uma modalidade olímpica. No dia 4 de dezembro de 2020, o Comitê Olímpico Internacional (COI) confirmou a inclusão do Breaking no programa dos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Sim, os novos tempos chegaram! Certa vez, Crazy Legs disse: “Todos os B-Boys pelo mundo continuem, porque nós somos o passado, vocês são o futuro e todos nós juntos somos o presente. Vamos dançar!". O recado foi dado e agora é preciso se organizar, se preparar e se abrir para o futuro! Imaginar que tudo começou como uma forma encontrada para mediar os conflitos de gangues no bairro do Bronx, propondo que as disputas fossem resolvidas em combates de dança... é algo surreal! A partir disso, inúmeros campeonatos regionais, nacionais e mundiais apareceram e conquistaram seu prestígio e espaço nas agendas dos B-Boys e das B-Girls de todo o mundo, locais onde até hoje homens, mulheres e crianças conquistam a grandeza e o respeito por meio da dança, vamos conhecer a história de alguns deles:
Battle Of The Year (BOTY): O grande hype do Breaking na Alemanha acabou no final dos anos 1980. Apenas alguns B-Boys ainda treinaram sem o olhar do público e começaram a construir uma rede nacional. Em 1989, Jay Force Posse organizou um festival, onde 400 pessoas compareceram - também Battle Squad com Ken Swift e Swipe (também conhecido como Storm) e Sonny T, de Hamburgo. Impulsionado pelo sucesso do festival, o Jay Force Posse decidiu organizar uma competição de B-Boys no ano seguinte. Desta vez, eles queriam unir B-Boys além das fronteiras e convidar equipes da Suíça, Inglaterra e RDA. Em 9 de junho de 1990, a primeira Batalha do Ano aconteceu em Hannover. Naquela época, o evento chamava-se “International Breakdance Cup“, um ano depois “The Battle“ e em 1992 o nome “Battle of the Year“ foi cunhado. O primeiro BOTY, em 1990, foi um grande sucesso. Mais de 500 espectadores visitaram o evento. As equipes mais importantes foram TDB, Five City Rockers, Fresh Force Crew, Breakdance Collection Leipzig, Crazy Force Crew e Second to None. A competição consistia simplesmente em um show sem batalhas. Em 1990, uma união das equipes TDB de Berlim e Second to None de Bournemouth venceu a competição. Já um ano depois, a audiência do BOTY aumentou para um número de 2.000 pessoas e equipes como o Enemy Squad da Hungria e o famoso Battle Squad, da Itália e Alemanha, compareceram. Após a separação do Jay Force Posse, a tripulação hanoveriana do Burning Moves em torno de Thomas Hergenröther continuou a organização do BOTY com a troca de lugares. O evento aconteceu em Celle e Hannover até 1997, quando o BOTY veio para Offenbach, perto de Frankfurt. Nesse ínterim, Akim Walta com sua empresa MZEE juntou-se à equipe de organização e o BOTY tornou-se uma instituição anual estável. Neste ponto, algumas características típicas do BOTY foram definidas com Trix e Spax como anfitriões do evento e o Modo 2 responsável pelo design gráfico. O Hip-Hop se tornou cada vez mais popular em meados da década de 1990 e o BOTY sentiu os efeitos - em 1997, quase 4.000 pessoas compareceram ao BOTY e, com o Style Elements, uma equipe dos Estados Unidos venceu a competição pela primeira vez. Mas, com a popularidade crescente, o lado negro do Hip-Hop se manifestou. Em 1996, o BOTY foi perturbado pelos chamados “Hip-Hop-Hooligans“ com sua maneira destrutível. Eles bombardearam a cidade com Graffitis, assaltaram postos de gasolina e roubaram o caixa do evento. Além disso, tensões internas levaram à separação, em 1999, de MZEE e Thomas Hergenröther, mas Thomas continuou determinado por sua visão do BOTY. Em 2000, a EXPO de Hannover tornou-se parceira de cooperação do evento. No dia 14 de outubro de 2000, o maior evento da história da BOTY aconteceu em Hannover, com mais de 10.0000 espectadores. Dançarinos de todo o mundo participaram, mas o vencedor desta noite foi Flying Steps, de Berlim. Em 2001, Thomas Hergenröther reuniu-se com Storm e Mode 2 em Paris, para discutir o futuro do BOTY, sabendo que não aguentam mais a quantidade de pessoas. O plano era voltar às raízes do evento, com uma atmosfera familiar, mas ao mesmo tempo assumir a responsabilidade, como um evento estabelecido, em mostrar novas perspectivas para jovens B-Boys. A partir de agora, o logotipo da BOTY foi decorado com o subtítulo “Uma mudança de direção” e o evento encontrou no Volkswagen Halle, em Brunswick, uma nova casa. A essa altura, BOTY tinha preliminares em todo o mundo - o evento passou de uma pequena festa underground para um formato internacional, com uma quantidade contínua de espectadores. O BOTY também cresceu no que diz respeito ao conteúdo. Com workshops, exposições, festas de aquecimento, batalhas de B-Girl ou batalhas individuais, o BOTY se tornou um grande evento de uma semana inteira. Após 20 anos de Batalha do Ano na Alemanha, a equipe organizadora decidiu transferir a Batalha do Ano para Montpellier-França, em 2010 e 2011. Para a equipe alemã de organização, a decisão de deixar a Alemanha não foi fácil de tomar. A cena B-Boy alemã e o público constante são muito importantes para a equipe, mas depois de 20 anos é hora de a Batalha do Ano seguir em frente e começar algo novo. Esta também é uma oportunidade de abrir o BOTY para outro público e dar a mais pessoas a chance de fazer parte do evento. A escolha da França para a nova localização do BOTY International 2010, com um novo parceiro francês, veio naturalmente quando a decisão de fazer evoluir a localização do BOTY International para 2010 foi tomada. A cena francesa de B-Boy e Hip-Hop sempre foi uma só, dos mais ativos e inovadores do mundo. O novo parceiro, BOTY France - Attitude, City of Montpellier e Languedoc-Roussillon Region também trouxe seus 10 anos de experiência na organização de BOTY France, uma localização conveniente e adaptada (a novíssima Montpellier's Arena oferece mais de 10.000 lugares) e um suporte que permitiu o evento evoluir e propor uma programação ainda mais completa.
Notorious IBE: Entre 1998 e 2005, o evento ocorreu em Nighttown, em Roterdã, na Holanda. Em 2008, mudou-se para a cidade de Heerlen, na província de Limburgo. O IBE é um verdadeiro festival. Um lugar para vivenciar a música, dança, arte, moda e programas culturais relacionados ao Hip-Hop. A cada ano, o festival ganha vida por meio da colaboração de parceiros da comunidade mundial, que fazem a curadoria de seus próprios programas, convidam seus próprios artistas e se conectam a seus seguidores. É um lugar onde pessoas de dentro e de fora da cultura se sentem em casa. Os programas são acessíveis, progressivos e focados na participação, criando um ambiente no qual todos os níveis, idades, tradição e inovação andam de mãos dadas. Como iniciador e promotor do Hip-Hop e da dança urbana na Holanda, o evento tem contribuído para a diversidade da paisagem cultural holandesa. O festival oferece a autenticidade, a criatividade e a inovação que as novas gerações em todo o mundo procuram. Busca apresentar a cultura Hip-Hop de uma forma diversa e progressiva, contribuindo para uma visão completa e uma imagem nítida da cultura.
R-16 Korea: É uma competição anual e um festival cultural de Breaking organizado pela Korea Tourism Organization e pelo Governo da Coreia do Sul. O principal evento reúne dezesseis crews de quinze países diferentes, que disputam dois títulos: melhor performance e batalha de crews. O festival também conta com grafiteiros e músicos de Hip-Hop. O R16 é uma celebração da energia criativa por trás da cultura jovem urbana. Com base no tema "Respeito" (que é o que o "R" em R16 se refere), o torneio e os festivais foram realizados pela primeira vez em 2007, na cidade de Seul. O evento de 2008 ocorreu na cidade de Suwon. O anfitrião do evento de 2009 é a cidade metropolitana de Incheon e o evento de 2010 foi trazido de volta para a cidade de Seul. O evento continuou anualmente, já que a cultura Hip-Hop reconheceu os B-Boys sul-coreanos como uma parte especial de sua história. B-Boy, cantor e rapper coreano-americano, Jay Park foi o embaixador oficial do R16 de 2011 até 2013. Desde 2014, o R-16 Coreia fez parceria com a World B-Boy Series e ajudou a criar o Undisputed, um evento para coroar o campeão mundial de B-Boy solo.
The Ultimate B-Boy Championship (UBC): O objetivo da UBC, que foi criado em 2010, é criar atletas profissionais como a NBA, NFL, UFC etc. O esforço é para levar o Breaking a outro nível, que irá inspirar mais a criatividade das pessoas, informar e crescer! O Breaking é uma forma de arte praticada por um grupo demográfico mais jovem, mas ainda apreciada pelos babies boomers, e que abrange uma ampla gama de pessoas interessadas. Dançar é uma forma positiva de expressão pessoal. Ao contrário de todas as outras imagens típicas mostradas na TV, a UBC dá às nossas crianças e adolescentes uma liberação positiva de expressão que é ativa e, portanto, saudável para suas mentes, corpos e almas. “O primeiro UBC deu 50.000 dólares em dinheiro para a melhor equipe e 10.000 dólares em dinheiro para o Ultimate B-Boy. Outros eventos gastam milhões de dólares em locais, mas dão aos B-Boys uma quantia mínima de dinheiro e ainda têm os "Prêmios”. A questão é: Será que outros eventos se preocupam com os B-Boys e B-Girls? Ou se preocupam apenas com seus produtos e eventos?”, explana o organizador do UBC, e garante que mudará o jogo, ele diz: “Seremos pagos e patrocinados da mesma forma que todos os atletas profissionais”... A preservação da integridade é garantida pelo criador da UBC, Mr. Freeze, do mundialmente famoso Rock Steady Crew. Sua forte dedicação é devotada em manter a pureza da cultura no processo de competição, portanto, produzindo o Ultimate B-Boy ou B-Girl. Durante anos, as competições de B-Boy tentaram eliminar os criadores e descartá-los. Segundo ele, as pessoas estão tentando controlar esse estilo de dança, criando regras desnecessárias. Esses dias acabaram. Ele declara: "O B-Boying será levado de volta às raízes e permanecerá puro. Um contorcionista ginasta ou dançarina de Yoga nunca serão capazes de ganhar a UBC, pois estamos procurando por B-Boys e B-Girls de verdade”.
Break The Floor: Um ex-sapateador, Gil Stroming, fundou a Break The Floor Productions em 1999 e, desde então, cresceu a empresa para se tornar uma das empresas de entretenimento de dança mais proeminentes do mundo. Break the Floor abrange oficinas de dança, competições de dança, produções teatrais em turnê, produção de fotos e vídeos, eventos corporativos, vestuário, imóveis, estúdios de aluguel de produção, desenvolvimento de software e treinamento de dança virtual on-line, incluindo o Breaking em seu portfólio. Em 1999, Break The Floor Productions produziu sua primeira oficina de sapateado em um pequeno estúdio de ensaio com apenas 100 sapateadores. Depois de dois eventos de sucesso, Gil colaborou com a coreógrafa de renome mundial Mia Michaels em um evento de dança contemporânea chamado Mia Live: The Work of Mia Michaels. Em 2003, Gil aproveitou o sucesso desses eventos em uma produção de turnê nacional, JUMP. Apresentando alguns dos melhores coreógrafos da América, o JUMP redefiniu os eventos de dança, criando uma oficina de dança com uma banda ao vivo, cantores ao vivo, equipe de vídeo ao vivo e conjunto multimídia. O JUMP fez uma turnê pelo país e conquistou seguidores leais mais rapidamente do que qualquer outra convenção de dança teve na história. Com um compromisso com a criatividade e o crescimento constantes, o JUMP esgotou os shows na Broadway no The Hudson Theatre, local de rock n'roll mundialmente conhecido, Hammerstein Ballroom, no Gibson Amphitheatre em Los Angeles e no Radio City Music Hall, de seis mil lugares em Nova York. Após o sucesso de JUMP, Break The Floor Productions colaborou com a coreógrafa Dee Caspary em The Shoot, um videoclipe de pura dança filmado em locações no Universal Studios Hollywood. O verão de 2004 trouxe o anúncio da parceria da Break The Floor Production com a Duke Ellington Orchestra. Esses músicos internacionalmente reconhecidos seriam o componente chave para um novo show de sapateado chamado SLIDE, coreografado pelo astro do sapateado Mike Minery. SLIDE já foi exibido em muitos teatros fora da Broadway, incluindo The Supper Club, New World Stages e The Variety Arts Theatre. Após 4 anos de eventos JUMP esgotados, Break The Floor lançou outra turnê em 2007 - NUVO. Dirigido pelo veterano da indústria Ray Leeper, NUVO possui alguns dos melhores educadores de dança da indústria de convenções de dança. Depois da NUVO, veio a 24 Seven Dance Convention, outra convenção de dança popular no circuito. Em 2009, Gil criou um evento nacional de finais que serviria como o ponto culminante de todas as três turnês - The Dance Awards. O Dance Awards é agora considerado o maior e mais prestigioso evento competitivo de dança do país. Educação para professores de dança, técnicas de treinamento empresarial e uma grande exposição de vendedores de dança. Expandindo ainda mais seu portfólio de eventos de dança, Break The Floor Productions lançou DancerPalooza apresentado por So Danca, um festival de dança de verão, em 2014. Incorporando intensivos de dança de uma semana, aulas de dança de fim de semana, salão de exposições gigante e produções teatrais profissionais, DancerPalooza se tornou o maior festival de dança na América. A Break The Floor Productions busca constantemente fornecer oportunidades de emprego para dançarinos profissionais, o que levou à produção de eventos teatrais ao vivo. A Break the Floor Productions produziu várias turnês dos shows Shaping Sound de Travis Wall, Dance Reimagined e After the Curtain. Além disso, a Break The Floor Productions produziu recentemente o show de dança de Al Blackstone, Freddie Falls in Love, no icônico Joyce Theatre em Nova York. Como forma de nutrir coreógrafos promissores, Break The Floor Productions fez parceria com Capezio para iniciar o prestigioso Capezio A.C.E. Prêmios em 2009. Em 2019, Break The Floor desenvolveu CODA, um software verdadeiramente inovador que combina pontuação específica de estilo, tutoriais em vídeo, análise de dados e treinamento de juízes para todos os eventos competitivos. Mais recentemente, o Break The Floor lançou o Break The Floor Live, a primeira convenção de dança virtual do mundo. Dançarinos de todo o mundo agora podem experimentar o corpo docente mundialmente conhecido do Break The Floor na privacidade de suas próprias casas e estúdios de dança. O futuro da Break The Floor Productions é ilimitado. Desde o início, Gil e a equipe Break The Floor Productions continuam dedicados a abrir caminho para um entretenimento de dança criativo e único.
Floor Wars: Floor Wars é um evento de dança baseado em uma batalha Breaking 3 vs 3. Acontece em Copenhague, na Dinamarca.
O World B-Boy Classic é um dos eventos mais esperados do ano, cheio de surpresas, boas vibrações e uma das noites de Breaking mais assistidas do planeta. O World B-Boy Classic tem mais de 1,7 milhão de seguidores nas redes sociais, a transmissão ao vivo das últimas edições foi assistida mais de 100.000 vezes e as visualizações no YouTube sempre atingiram mais de 2 milhões de visualizações em cada edição. “Nós nos esforçamos para ser a maior plataforma de Breaking do mundo, sem perder a essência da cultura B-Boy. Queremos manter a vibe, como sempre foi pretendido, em uma arena lotada, com uma atmosfera exagerada. Abrimos espaço para patrocinadores e parceiros se juntarem ao movimento, para que possamos elevar a cena a novos patamares. World B-Boy Classic é a maior e mais emocionante competição de quebra de 2 vs 2 do mundo. Todos os anos, 8 dos dançarinos mais exclusivos e influentes são convidados para as Finais Mundiais, onde uma hora antes do início do evento eles são misturados em duplas. Lutando para se tornar o Duo Clássico daquele ano. Seus oponentes são os desafiadores que tenham vencido uma das 10 Eliminatórias Mundiais ou tenham chegado às Finais Mundiais para tentar a sorte no Last Chance Cypher, Kids Qualifier ou B-Girl Qualifier. Quem levará para casa a vitória? Os desafiadores serão capazes de derrotar os melhores do mundo, com a química de sua tripulação, ou o Great 8 será imbatível? Quem se tornará clássico?”, explanam os organizadores. “Nossa missão é um movimento mundial e campeonato global, que alimenta a maior comunidade on-line de Breaking com conteúdo dedicado e expande a cultura para novos fãs. Para construir os campeões de amanhã e inspirar a comunidade de milhões. Permanecemos fiéis à nossa herança cultural e acreditamos no poder de auto reinvenção do Breaking. Nós somos clássicos”, concluem.
FreeStyle Session: Acontece desde 1997, na Califórnia. É uma competição realizada todos os anos que coroa a melhor equipe do mundo. É sancionado pela Urban Dance & Educational Foundation e parte da Pro Breaking Tour e Undisputed's World B-Boy Series.
The World Battle: Organizado por Max Oliveira, evento internacional de Dança e Arte urbana que acontece em Portugal, também reúne os dançarinos mais incríveis do mundo. Formato das batalhas - os dançarinos atuam em estilos diferentes, como o Breaking (1vs1), Breaking (Crew vs Crew), Breaking Kids (1vs1), B-Girling (2vs2), Hip-Hop (2vs2), House, Popping e Locking (1vs1). Extra Battles: Bonnie&Clyde, Footwork, Top Rock, Power Moves, Open Styles (3vs3). Cypher Locking, Cypher Popping, Cypher Hip-Hop, Cypher House e Cypher Dancehall completam a grade de atividades. Max conta: “O evento tem uma relevância internacional e é respeitado por toda a comunidade mundial do Breaking. Realizamos 10 edições de Eurobattle e 4 edições de Worldbattle, esta seria a quinta. Agora que o Breaking entrou nos jogos olímpicos, vejo tudo como mais uma opção e caminho. Reconhecimento que pode resultar numa abertura de portas para todos os B-Boys e B-Girls. Em Portugal, tem sido duro e lento devido à pandemia, mas temos um departamento de Breaking na Federação e esperamos continuar a fazer um bom trabalho. Temos planos para o futuro de dar seguimento ao Projeto Eurobattle, que sempre foi mundial. Manter a mesma estrutura e seguir vivo e profissional”.
Silverback Open Championships: Foi formada como uma iniciativa filantrópica para apoiar a comunidade de breakers competitivos, com financiamento para eventos de breakers e breakers competitivos, bem como consultoria de negócios e recursos legais para breakers. Silverback apoiou apresentações de final de semana a partir de 1983 e competições de finalização estruturadas a partir de 2011. Em 2013, Silverback e Cros1, da Freestyle Session, se alinharam para formar a UDEF, que é uma instituição de caridade e a Pro Breaking Tour, uma subsidiária tributável da UDEF. O Tour foi lançado formalmente em janeiro de 2014 e foi composto por mais de 40 eventos com premiação em dinheiro. O Silverback Open, na Filadélfia, foi um grande evento no Tour desde o seu início, em 2014, até a última edição do evento, em 2018, com prêmios em dinheiro superiores a 100.000 euros em certos anos.
Hip Opsession: Iniciado em 2005, o festival Hip Opsession acontece na França e é um dos principais festivais inteiramente dedicados à cultura Hip-Hop. No seio de uma programação aberta e pioneira, juntam-se artistas de renome nacional e internacional, bem como figuras emergentes. O festival defende uma abordagem de Hip-Hop 360°, com música, dança e eventos de artes visuais, prática (workshops, estágios) e acesso para todos os públicos.
Red Bull BC One: A maior competição individual do mundo entre B-Boys e B-Girls. Criado em 2004, na Suíça, o evento de Breaking surgiu com uma proposta diferente dos campeonatos de Breaking já realizados até aquele momento: as batalhas passaram a ser individuais. Assim, o evento tornou-se a primeira competição do mundo com batalhas 1x1. Realizado em diversos países, onde a cada ano milhares de dançarinos competem em batalhas regionais. Os vencedores dessas etapas disputam uma vaga na final mundial, um torneio mata-mata no qual os participantes dançam em frente a um painel formado por cinco jurados e têm suas habilidades avaliadas. Vale tudo para impressionar: técnica, criatividade e simpatia. Quem for melhor em todos os requisitos e conquistar os juízes, vence. O evento Red Bull BC One está chegando agora em 2021 na 18ª edição, mostrando o interesse quem tem de continuar esse projeto. São de Pelezinho as palavras: “Falar sobre a Red Bull BC One para mim é gratificante, porque a minha primeira competição mundial foi dentro da Red Bull BC One em 2005 e eu fiquei entre os finalistas, nunca imaginei que o evento teria essa proporção que tem hoje e acabou sendo um dos maiores eventos que tem 1 vs 1 no mundo. E eu costumo falar que quem participa do Red Bull BC One e tem uma boa atuação se torna uma referência no mundo inteiro, então, muitas pessoas sonham em participar e é notório a importância desse evento dentro do mundo da dança. É um evento que divulgou dançarinos e levou longe muitas pessoas. Sobre o fato do Breaking ter entrado nas Olimpíadas de 2024, a Red Bull, a partir desse ano, vai dar suporte a quem estiver ligado a Confederações e ao Breaking nas Olimpíadas, eu não sei detalhes, mas sei que ela vai estar envolvida desde já, desde 2021 até 2024 e isso faz todo o sentido, pois se tem o maior evento de 1vs1 no Breaking, porque eles não estariam ajudando e levando a experiência que o Red Bull BC One tem dentro do Breaking, então faz todo o sentido! Será algo que vai agregar muito, principalmente quando acontecerem as competições dentro das Olimpíadas, sabemos que as pessoas envolvidas são as pessoas do Breaking, mas é muito bacana uma empresa como a Red Bull dar esse suporte! Dando suporte em cada país, junto às Confederações que vão estar envolvidas com o Breaking nas Olimpíadas. E quer queira ou não, isso é importante para a cena”, conclui.
No Brasil alguns eventos também se destacam:
Batalha Final: Criada no Brasil com o intuito de difundir e profissionalizar a cultura do Breaking, a Batalha Final, desde 1999, é responsável por inserir o país no calendário mundial de competições de dança de rua. Nesses mais de 20 anos de existência, o evento contou com a participação de centenas de equipes de dança, atrações musicais e jurados nacionais e internacionais especializados, movimentando em suas edições milhares de pessoas. Nestas duas décadas, a Batalha Final aconteceu também em outros países, como Nicarágua, Costa Rica, Argentina, Paraguai e Chile, demonstrando que seu pioneirismo não tem fronteiras e suprindo uma carência em grandes eventos da cultura Hip-Hop, não só no mercado brasileiro, mas também na América Latina. Os principais objetivos da Batalha Final são tornar o Breaking uma dança acessível e popular, conscientizar o jovem sobre seus direitos e deveres como cidadãos por meio da dança e fazer com que o Breaking seja visto como um esporte e uma alternativa à marginalidade, incentivando assim uma nova geração de dançarinos brasileiros. Com este intuito, fazem parte do programa do evento diversos workshops e aulas de Breaking para internos da FEBEM e estudantes do ensino fundamental e médio, além de palestras com exemplos bem-sucedidos de pessoas que mudaram as suas realidades por meio da dança e hoje são atletas bem-sucedidos. A última edição realizada foi em novembro de 2019.
Breaking Combate: É um evento realizado no Brasil pelo B-Boy Dunda e pela B-Girl Lana, que celebra a cultura Hip-Hop, com combates de Breaking e MC’s, além da presença de Graffiti, DJs e Beatbox. Nas duas primeiras edições 2009/10 participaram apenas B-Boys e B-Girls do estado de São Paulo. A partir do ano de 2013, o evento se tornou nacional com participações de dançarinos das 5 regiões do Brasil. A cada edição, proporciona momentos magníficos, tanto para os dançarinos como para o público. Reunidos em um só lugar, combates de tirar o fôlego com diversas modalidades e atrações especiais. Com o intuito de dar oportunidade de vivência internacional aos competidores do evento, foram realizadas parcerias com eventos de Breaking na Europa e Ásia, onde nas últimas edições os vencedores do Breaking Combate ganharam vaga e passagem aérea como prêmio para representarem o Brasil, além do intercâmbio cultural que proporcionou em países como Japão em 2016, Espanha em 2015, Alemanha, Portugal e Itália em 2014 e Grécia em 2013.
Battle In The Cypher: É uma grande festa da cultura Hip-Hop, que acontece desde 2010 em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. É um dos maiores eventos do gênero na América Latina. Criado no Brasil com a missão de ser um encontro mais festivo e menos competitivo, o BITC, que começou com apenas um dia de duração, atualmente conta em sua programação com 7 dias com exposições, cinema, batalhas, shows, festa, workshops, Graffiti, cyphers envolvendo todos os elementos dessa cultura, envolvendo a população da cidade, além de centenas de pessoas das mais diversas partes do mundo. Ao longo dos anos, já aconteceram edições também no Uruguai, Paraguai, Argentina, Santa Catarina, Paraíba, São Paulo, Mato Grosso Do Sul, Rio de Janeiro, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Espírito Santos e Amazonas. A organização é da Nest Panos, marca de roupas e coletivo de Hip-Hop criado em 2009, com a intenção de fortalecer a cena em que faz parte.
Quando as Ruas Chamam: Evento organizado pelo B-Boy Papel em Ceilândia, Brasília, desde 2012, é um dos grandes eventos expressivos da Cultura Hip-Hop no Brasil, um catalisador e formador de B-Boys e B-Girls, o evento reúne a nova geração e também os mais conhecidos dançarinos do país em suas competições.
Nike Battle Force: As eliminatórias acontecem dentro do STREETOPIA, maior evento de Basquete da América Latina. O Nike Battle Force focou em ocupar a cidade de São Paulo para homenagear a conexão do Air Force 1 com as ruas. A jornada Nike Battle Force propagou a cultura do Basquete por diversas comunidades com suas qualificatórias de 5×5, Rap e dança. As finais do Battle Force SP, no Breaking, foram disputadas no estilo Bonnie & Clyde – dupla composta por uma mulher e um homem (B-Girl e B-Boy), e também no All Style, uma batalha de estilos em que cada dançarino desenvolve sua dança de acordo com a música que o DJ escolher.
A um passo das Olimpíadas:
O que aconteceu nos Jogos Olímpicos da Juventude, em 2018, em Buenos Aires?
O Comitê Olímpico Internacional escolheu a cidade de Buenos Aires, na Argentina, para sediar a terceira edição dos Jogos Olímpicos da Juventude, em 2018. A capital argentina bateu Medellín na Colômbia e Glasgow na Escócia para trazer a versão jovem da Olimpíada para a América do Sul.
Os Jogos Olímpicos da Juventude tiveram a sua primeira edição em 2010, em Singapura. A competição foi feita para jovens atletas de 15 a 18 anos de idade no ano da disputa do evento.
Na estreia do Breaking nos Jogos Olímpicos da Juventude, Rússia e Japão ficaram com os ouros. No masculino, Sergei Chernyshev (RUS) foi o melhor, enquanto no feminino Ramu Kawai (JPN) ficou com o título. Não houve representantes brasileiros!
Breaking nas Olimpíadas em Paris de 2024: O Brasil precisa se organizar e focar na dança
Poucos imaginariam que ao lado de outros esportes, o Breaking chegaria no maior evento do mundo! O Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciaria o Breaking, um dos elementos da cultura Hip-Hop como modalidade olímpica nos Jogos de Paris 2024. O anúncio, que foi realizado no mês de dezembro de 2019, justificado pelo presidente do Comitê, Thomas Bach, como uma forma de "introduzir esportes que são populares entre as gerações mais jovens. E também levar em consideração a urbanização do esporte”.
Apesar de comemorada por alguns B-Boys e B-Girls, a novidade gerou desconfiança na comunidade Hip-Hop no mundo inteiro, onde a dança foi criada e é considera uma cultura.
No Brasil, as batalhas fora das rodas de Breaking infelizmente parecem não ter fim, chegando até em audiências públicas vexatórias, o Breaking começa uma discussão semelhante àquela iniciada quatro anos atrás, quando as Confederações de Patins e de Skate disputavam o direito de representar o Skate no Brasil, convocando para os Jogos Olímpicos e recebendo recursos públicos... Porém, bem pior, a federação internacional de dança esportiva (WDSF, em inglês) deu uma inscrição provisória ao Conselho Nacional de Dança Desportiva e de Salão (CNDDS e que recentemente mudou sua sigla para CNDD), que nunca organizou uma competição ou uma batalha sequer de Breaking e tem apenas quatro atletas filiados na modalidade, sem muita expressão e que têm tomado decisões isoladas quanto aos rumos do Breaking brasileiro para as Olimpíadas de 2024, em reuniões fechadas sem participação da comunidade que faz o Breaking acontecer no país... Enquanto isso, a Confederação Brasileira de Breaking (CBRB), organizada por praticantes da cultura, alega ter legitimidade para ser reconhecida pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Os atletas estão organizados em torno da Confederação Brasileira de Breaking (CBRB), que foi criada em 2017 e é presidida por Rooneyoyo, que organiza desde 1999 a Batalha Final, primeiro campeonato de Breaking do Brasil e um dos torneios mais tradicionais do país, em São Paulo. A confederação nasceu a partir da Federação Paulista, que hoje tem cerca de 250 filiados no país todo, que serão divididos por seus estados quando outras 15 federações forem regularizadas. Os primeiros eventos oficiais, em São Paulo, ocorreram no fim do ano passado, mas a CBRB alega que reúne as pessoas que, ao longo das últimas décadas, lideraram a cultura no Brasil.
Enquanto isso, outros países saem na frente e se organizam sendo verdadeiras potências, como é o caso da Rússia, do Japão e da China. "Espero que, com toda essa situação que está acontecendo, o Brasil possa ter representante em 2024, porque já não teve nos Jogos da Juventude, espero que as pessoas se organizem, fazendo a sua parte e quem estiver à frente, que pense no Breaking e não no próprio bolso. Pelo amor de Deus! Estamos em 2021, estamos dentro de uma pandemia, muitas coisas mudaram, muitas não serão mais a mesma coisa! Então, por favor! Precisamos fazer de verdade e principalmente para a nova geração! Olha, sendo bem sincero sobre o que vem acontecendo no Brasil, eu ando observando, não tenho participado de muitos bate-papos que estão tendo pelas redes sociais, só participei de duas que eu achei interessante e no meu olhar, o Brasil já está começando atrasado, porque eu já vou entrar: desde os Jogos da Juventude e dos simulados que tiveram na China e o Brasil não estava ali como convidado, então, estamos começando tarde, porque precisamos preparar, tem que ter mesmo toda uma estrutura, eu sei que as pessoas vão fazer do modo deles. Mas preparados na parte de dança: Sim! Temos B-Boys e B-Girls que possam disputar medalhas para o Brasil, mas tudo depende de toda a estrutura e logística que será montada aqui no Brasil, de como será, se vai convidar os B-Boys e as B-Girls direto ou se vai fazer etapas. Eu acho que já estamos atrás dos outros países: o Japão já tem o time pronto, a Holanda praticamente também, a França, EUA, a China… E o Brasil ainda não está! É preciso fazer algo de verdade! E resolver tudo o mais rápido possível”, finaliza B-Boy Pelezinho.
Se organizar, em alguns países, para profissionalizar, talvez seja um dos grandes desafios do Breaking para os próximos anos, quando o assunto são grandes eventos como as Olimpíadas, mas ele está mais vivo do que nunca, dentro de uma cultura que não para de crescer e se renovar, acelerando o coração e escorrendo nas veias de cada B-Boy e B-Girl que se expressam quando entram numa roda em qualquer lugar do mundo. São de Mr. Wiggles as palavras: “A dança é a linguagem universal. Você pode encontrar alguém em um clube que é japonês, não falar uma palavra maldita e mesmo assim dançar a noite toda”.