Slam Resistência: poetas que contam a história dos nossos
Em 2018, o Slam Resistência, um dos Slams mais representativos da América Latina, foi contemplado no Programa VAI 2, da Secretaria de Cultura Municipal de São Paulo.
Com a verba desse programa, os responsáveis pelo Slam Resistência conseguiram finalizar o documentário “Ágora do agora” com pouco mais de 30 minutos, onde os idealizadores, público, participantes e representantes de outros Slams falam sobre o surgimento e a importância do evento, que acontece desde 2014 no centro de São Paulo, na Praça Roosevelt toda primeira segunda do mês às 18h.
A relação entre Rap e Slam não está apenas no título da famosa música do grupo Onyx! O Rap é poesia, é ritmo e precisa ser rimado. O Slam é mais livre, não está preso a nenhuma métrica, temas, nem ritmo, nada disso, cada um declama ou interpreta a sua poesia da maneira que achar melhor. O título “Slam” tem sido usado no Brasil há pouco tempo, mas podemos dizer que isso já acontece por aqui há bastante tempo, não da mesma forma, mas os saraus já eram uma espécie de Slam.
Claro que as características são outras, é tudo na rua, ao ar livre, em rodas, com notas, jurados, sem nenhum acompanhamento, muito semelhante ao que são as batalhas de rimas. Me lembro bem quando o Lewis e o Banks começaram a participar de Slams. O caso do Banks foi uma surpresa, não pelas ideias, mas pelo talento que ele demonstrou com as palavras, um cara que até então a gente conhecia como B.boy e uma liderança. Já o Lewis não foi nenhuma surpresa e não tinha como ele não acabar se tornando uma referência, o MC é um dos maiores poetas do Rap Brasileiro, mesmo que muitos não o reconheçam como tal.
Tenho que admitir que o que me inspirou a escrever sobre esse documentário foi o respeito, a consideração e o reconhecimento que todos os envolvidos demonstraram em relação ao Banks. É muito importante que a história dos nossos seja documentada. O B.boy Banks, da Back Spin, foi e sempre será importante, seja como dançarino de rua, slamer, poeta ou fervoroso defensor da Cultura Hip-Hop e seus princípios.
Slam é Cultura de Rua, central, periférica, de qualquer zona Poesia nua e crua, real, dialética, que quase sempre emociona Vai do centro pro extremo e do extremo pro centro Revelando anônimos, exaltando seu talento B.boy Banks, Lewis, GOG, Sabotage ou Racionais Tira a batida, deixa a rima, Slam e Rap ficam iguais O P3 na IN 3 PRETA AÇÃO já tava representando O GOG em Brasil com P inovou interpretando BF 20 anos, valoriza a iniciativa e a existência Desde 99, de certa forma, também somos resistência
Obrigado Slam Resistência! (Del Chaves, Charles Jesus, Lika Rosa e Cérebro IDP) Curta a página no FB