Notícia

Home Notícias Notícia

28/04/2021

Vamos fala...

Vamos falar dos níveis no Breaking?

O mundo dos B-Boys e das B-Girls de um jeito que você nunca viu! Somos de todas as raças. Somos Hip-Hop! Este é o nosso DNA

Seguindo o cronograma do que foi citado na última publicação, hoje vamos falar de um dos temas referentes ao desenvolvimento da dinâmica no Breaking (Níveis). Níveis são graus de subida e descida trabalhando simultaneamente, partindo de um ponto X. Explicando: Geralmente, quando aprendemos a dançar Breaking, sempre seguimos uma linha explicada por terceiros, que são começo, meio e fim. Começo: Top Rock. Meio: Footwork. Fim: Freezes, Stances, Power Moves. Pelo menos, para mim, foi ensinado dessa forma pelos meus primeiros mentores. Durante os anos em que estive viajando e melhorando meu inglês, eu percebi que é muito mais aprofundado do que simplesmente: começo, meio e fim.  Os níveis são um desses aprofundamentos, são fundamentais e trazem muito mais dinâmica e imprevisibilidade dentro dos 3 estágios citados acima e, também, quebra essa regra cronológica. Os níveis consistem em uma constante mudança entre movimentos de cima e baixo, temos 4 níveis que devemos explorar:  Nível Baixo: toda movimentação onde envolve as costas, cabeça, peito, ombros, quadril e pernas colado ao piso.  Nível Médio: Footwork, alguns movimentos como Turtles, Flares, Chair/ Air-Chairs, Halos, etc. Nível Alto: movimentos no topo, que podem ser um 1990, Air-Flare, Top Rock, movimentos influenciados pelas artes marciais, etc. Nível Aéreo: todo tipo de movimento que explora o ar, saltos mortais, por exemplo, etc.  Esses são os 4 níveis definidos isoladamente acima, no entanto, a parte mais interessante ainda está por vir. O desafio agora é explorar os níveis simultaneamente, de cima para baixo, de baixo para cima. Por exemplo: que tipo de combinação você pode fazer entre o nível baixo e o nível aéreo? 

 

Como você faria Back Rocks para um salto mortal? Como você faria Baby Mills com transições indo para o Air Flare, para o Footwork e finaliza com um salto mortal? É como se você batesse todos os ingredientes em um liquidificador e a música seria o ingrediente principal, adicionado para fazer tudo por completo.  Os B-Boys / B-Girls mais influentes do mundo estão sempre abordando esse tema nos workshops. Meu primeiro contato com essa concepção de níveis veio por meio do B-Boy Lego- Flipside Kings. Eu enviei um vídeo do meu treino para ele analisar e ele percebeu que eu só estava explorando o nível médio, então, foi explicado para mim sobre a importância de mudar todos os níveis intensamente.  Esse tipo de concepção leva tempo para amadurecer, pois é difícil dançar de uma forma sutil quando você está em constante conflito com a gravidade. Eu ainda estou trabalhando nisso, pois essa é minha zona desconfortável. Você, talvez, deve estar se perguntando “como é que eu treino níveis”? Vou falar o ritmo que funciona pra mim… faço esse tipo de treino no ritmo lento e com músicas mais lentas e sempre prestando atenção onde devo respirar corretamente; sempre estou tentando aprender algo novo que venha de outros elementos, Capoeira, Kung Fu, Ballet, etc… Muita gente não sabe como fazer esses tipos de treino e muitos desanimam pela complexidade que é desenvolver os níveis, então, se você almeja chegar em lugares altos com dança, você precisa ser disciplinado e evoluir suas fraquezas. No Brasil, temos alguns B-Boys que usam bem os níveis: Neguin, Kekeu, Ratin, Bart, etc. No campo internacional, têm vários: Menno, Kleju, Victor, Ami, Kate, Ayumi, etc.  Vale destacar que isso não é um artigo onde eu incentivo que nós, brasileiros, devemos dançar como os estrangeiros, temos a nossa própria essência, mas esses conhecimentos expressados aqui são métodos universais que cada um de nós temos que desenvolver dentro das nossas próprias características. “Tudo que te traz desconforto é onde está a sua fraqueza”… bons treinos!  


  Voltar para a listagem